Se você vencer o sorteio na partida, escolhe sacar ou receber???
Depois de ler esse post você vai ter muitos motivos pra escolher sacar na hora do sorteio!
Se você preferir assistir ao vídeo, segue o link abaixo.
Sacar mal pode ser o motivo de muitas derrotas. Talvez você esteja dando muitas duplas faltas, ou não está confirmando seu saque.
Se seu segundo saque é aquele fraquinho, sem confiança, o seu adversário sempre vai começar o ponto te atacando e fazendo você correr.
Daí você corre pra buscar dicas técnicas do saque mega ultra plus avançado. Acha um canal topzeira no youtube. As dicas técnicas são excelentes, mas você continua percebendo que poderia fazer melhor.
Segue aqui alguns passos que podem fazer você sacar melhor.
Dica 1: treinar mais
A dica número 1 é treinar mais, em quantidade de tempo ou repetições.
Parece óbvio mas é um pecado que nós professores cometemos nas aulas. Deixamos o saque só pro finalzinho, na hora que o aluno já está cansadão, e o saque não rende nada. O cara saca 5 minutos e já está morto.
Treinar o saque pode não ser tão divertido como bater bola para o jogador amador, que faz do tênis sua hora de lazer e descanso mental.
Bater bola é uma delícia. Correr atrás da bola, rebater repetidas vezes libera o estresse e é dinâmico.
Já o saque isolado é mais parado e toma mais tempo.
Mas na hora que jogamos, sentimos falta de 15 minutos de treino de saque a mais.
Dica 2: treinar específico
Determine o objetivo que você tem ao sacar.
E principalmente, em relação a questão técnica, de correções e incrementos no movimento: treine uma coisa de cada vez.
Está treinando saque chapado e forte? Efeito slice ou top spin? Direcionamento? Ou está corrigindo um aspecto técnico? Empunhadura? Impulsão com as pernas?
Quanto menos tempo de tênis você tem, menos aspectos em conjunto você deve se preocupar.
Isso quer dizer, não adianta muito tentar se preocupar com 5 coisas ao mesmo tempo. Sua aprendizagem vai ser mais efetiva, se der atenção a uma coisa por vez.
Pode ser assim:
- executar 10 saques com empunhadura continental
- direcionar 10 saques abertos no lado das vantagens
- fazer a laçada ao preparar a raquete.
Uma coisa de cada vez. Tudo junto vai embananar o seu saque!
Dica 3: treine com um devolvedor
É muito fácil sacar sem ninguém pra devolver. Não dá medo.
A partir do momento que tem um devolvedor do outro lado, você é obrigado a tomar decisões a respeito do seu saque, e lidar com a pressão da possibilidade de ter um baita devolvedor agressivo do outro lado.
Também você terá que colocar sua cabeça pra funcionar, pois vai ter decisões a fazer.
Será que o devolvedor ataca, ou é regular?
Será que é melhor sacar forte no corpo, ou alto na esquerda dele?
Vou sacar aberto pra fazer ele correr na primeira bola?
Todas essas decisões só irão aparecer se tiver alguém do outro lado, e não apenas o cone. Que não oferece nenhuma pressão…
Dica 3: treinar o saque jogando
E por falar em pressão, que tal um joguinho contando os pontos?
Treine sacar valendo pontos. É muito diferente sacar no 40 x 0 do 4×1, e sacar no 30×40 do 4×5… Ai, que diferença!
Placar na frente, confortável. Atrás no placar, ai que medo!!! Não posso dar dupla falta agora. Lembra que se pensar nela, ela vem.
Se por acaso você em algum momento pensar na dupla falta, espere mais alguns segundos pra sacar. Respire fundo, se acalme, bata mais vezes a bolinha no chão.
Tira esse pensamento da sua cabeça pelamordedeus!
Não se esqueça: se pensar na dupla falta, ela vem.
Olha um joguinho que você pode fazer. Sabe aquele simulado de vestibular? Você vai fazer o simulado da partida de tênis. O que é isso?
Jogo do “faz de conta”
- Faz de conta que está 0x40.
- Faz de conta que está 30 iguais.
- Faz de conta que errou primeiro saque. Só tem mais um saque.
Treinar nas situações de pressão, pode não ser idêntico, assim como o simulado não é igual ao vestibular.
Mas com certeza pode te preparar melhor do que o jeito que você ta fazendo. Eu sei disso porque senão você não estaria lendo esse texto. Brincadeira. Te amo!
Dica 4: treinar variação de saque
Se você assim como eu, não tem a genética do John Isner, Karlovic ou Sam Groth, vai ter que dar seus pulos pra ter alguma vantagem no saque.
Não é a força a única responsável por fazer um cara ser um bom sacador.
A variação do saque é importantíssima pra surpreender seu adversário.
Saber direcionar a bola para o saque aberto, fechado e no corpo é ter o poder de obrigar seu adversário a devolver do jeito que você manda.
Dominar os efeitos slice, spin ou flat (chapado) também possibilita maior controle pra você e mais dificuldade para quem está devolvendo.
Quanto maior o número de recursos você tiver, melhor, é claro!
Dica 5: jogue de verdade
Jogar alguns pontos, ou jogar apenas um set, é muito diferente de jogar uma partida inteira (melhor de 3 sets geralmente).
O cansaço físico e o cansaço mental, pode alterar muito nossas tomadas de decisões. Talvez você tenha que jogar mais com seu segundo saque, ou talvez você descubra estatisticamente onde o seu adversário está errando mais, ou quando ele é agressivo ou conservador na hora de devolver.
Isso você só saberá se fizer várias partidas. E nada melhor do que disputar nas mesmas regras do torneio que você tem em vista.
Digo isso, porque tenho disputado nos últimos anos, torneios que são realizados durante um feriado prolongado, ou uma sequência de 3 dias. A contagem é adaptada. Exemplo: um set profissional, sem vantagem (no ad), e se empatar 6×6, disputa-se um tie break curto.
Se você treinar exatamente igual às regras do seu próximo torneio, estará já se preparando melhor para o que vai enfrentar.
E a técnica?
E por último!!! Aquela tão desejada, que não poderia deixar de existir. Mas ela existe igual banana por aí. Ela está nas aulas de tênis, está nos canais do youtube, nos cursos de tênis e na fala dos professores.
Claro que ela é importante. O que eu acho é que tem muitas coisas que também são muito importantes mas que são esquecidas.
Se você quiser ver alguns detalhes importantes da técnica, eu aconselho a assistir ao vídeo abaixo, a partir do tempo: 9 minutos e 40 segundos.
E eu quero fazer uma importante ADVERTÊNCIA!!
Pode ser que alguns desses detalhes técnicos não sirvam pra você, por ainda não ser a hora. Eu afirmo pra você que eu não ensino todos esses detalhes para os meus alunos que estão começando a desenvolver o saque.
E sim para aqueles que já tem domínio de um movimento básico de saque, e estrutura física (força, flexibilidade e coordenação por exemplo) para absorver essas informações e conseguir colocar em prática que é o mais importante.
Nada impede de você ter curiosidade em saber como funciona o saque do Federer. Conseguir executá-lo, são outros 500. É muito importante ter essa consciência.
Segue abaixo os detalhes técnicos que serão abordados por lá.
Empunhadura ideal: continental
Base de pernas
Posição do corpo de lado
Preparação pendular x Preparação abreviada
O lançamento da bola (toss)
Laçada: continuidade e fluência do movimento
Movimento de ombro sobre ombro
Ponto de contato
Terminação da raquete
Terminação do corpo: coice
Conclusão
É muito importante que você pratique bastante pra melhorar seu golpe. Apenas cinco minutinhos de saque no final da aula, pode ser pouco para os objetivos que você almeja alcançar.
Treinar um aspecto de cada vez é essencial para que concentre toda sua atenção em algum movimento técnico ou qualquer outro foco que esteja priorizando. Fazer mil coisas ao mesmo tempo é pra quem já tem muitos anos de prática.
O jogo é a reprodução do que aconteceu no treino. Fazer jogos treinando, é super importante pra aproximar o que você pratica, com o que vai realizar na hora do “valendo”.
Variar o saque é fundamental pra ser um bom sacador. Pra isso você vai ter que treinar direcionamentos e efeitos diferentes. Assim você será capaz de surpreender o devolvedor.
Jogar dentro das regras iguais às do campeonato que você vai disputar, é muito importante. Essa equivalência vai te preparar tanto fisicamente (como no caso da melhor de 3 sets), quanto psicologicamente (game sem vantagem por exemplo).
Os aspectos técnicos devem ser aprendidos e desenvolvidos de acordo com a capacidade individual de cada um. A condição física como por exemplo a força e a flexibilidade, vão ser fundamentais no sucesso da execução correta e principalmente, na prevenção de lesões que podem ser evitadas.